Raimunda que criou um hotel para animais de rua pretende se formar em veterinária
Raimunda Antônia da Silva, de 70 anos, funcionária pública ficava de coração partido cada vez que via um cachorro ou um gato abandonado na rua. A senhora que estava inconformada, resolveu criar um hotel na frente da sua casa para abrigá-los , na Cidade Nova 8, WE 26, em Ananindeua, região metropolitana de Belém. Atualmente são sete “fofuras” (como ela os chama) aguardam por adoção.
“Me chamam de louca, mas eu não dou importância. Não considero loucura amar os animais”, ela conta, que fica muito triste e preocupada porque não tem capacidade de acolher um número maior de bichinhos. O grande sonho de Raimunda é estudar medicina veterinária, e ajudar com consultas populares e oferecer um lar acolhedor para todos os animais de rua.
Raimunda conta, que além dos bichinhos que se encontram no hotel, a idosa cuida hoje dos dez cães e quatro gatos que moram dentro de sua casa, e são tratados como filhos. A funcionária pública também se dedica na procurar de pessoas que queiram adotar os animais, principalmente os gatos, abandonados em maior número que os cães. “O povo os abandona porque o cio das gatas é maior que os das cachorrinhas”, explica.

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Ela conta, que aprendeu a amar os animais com o pai. “O amor incondicional dele pelos bichinhos me inspirou e despertou em mim a vontade de ajudá-los. A fome dos cachorrinhos me incomodava, e eu sempre colocava comida e água pra eles na calçada. Sem ter como continuar abrigando todos dentro de casa, há um ano chamei um pedreiro e pedi que construísse o hotel na calçada da minha casa”, afirmou ela ao G1.
O primeiro a se hospedar foi o felino que batizou como “Belo”, ele apareceu na calçada da casa muito debilitado. Raimunda acolheu, deu comida, e, quando ele se recuperou, o colocou em um dos quartos para que pudesse ser adotado.
Raimunda recebe ajuda do Centro de Controle de Zoonoses para castração dos animais. Ela guarda cuidadosamente em uma pasta as carteiras de vacinação e os cartões de castração no órgão municipal para repassar às possíveis pessoas interessadas em adoção. “Construí uma relação de parceria com o Zoonoses e, às vezes, eles me ligam pra saber se tem algum hóspede pra ser castrado”, explica.
A idosa conta, que recebe orientações do centro de Zoonoses para cuidar dos bichinhos após a castração. E quando um deles adoece, ela mesma cuida. Raimunda aprendeu muita coisa em livros, mas ainda sonha em fazer uma faculdade. Já decidiu que ano que vem irá prestar o Enem.

Adoção dos hóspedes
Com o hotel lotado e impossibilitada de receber mais animais, Raimunda apela aos moradores de Ananindeua e de Belém interessadas em adotar algum dos seus hóspedes. “Peço que adotem, pois o meu espaço não é grande. Todos eles estão saldáveis e à espera de um lar”, diz. Além disso, ela faz questão de conversar pessoalmente com os interessados. “Não acho legal doar na Praça, porque gosto de conhecer as pessoas que estão interessadas em adotar. Afinal, quero ter a certeza de que eles vão para um bom lar”.
A senhora também apela para interessados em contribuir com a alimentação dos bichinhos. Afinal, ela gasta mensalmente uma média de R$ 600 com ração, medicamentos e assessórios. “Gasto bastante com o ‘Bob’, por exemplo, que é o cãozinho idoso da turma e precisa de cuidados especiais”, diz.
Interessados em adotar podem procurar Raimunda Antônia na Cidade Nova 8, WE 26, nº 232 – município de Ananindeua, região metropolitana de Belém. Telefone: (91) 98092 6951.
Fonte: G1
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